27 de janeiro de 2009

TÊNIS OU FRESCOBOL a escolha é sua...

Amigos e leitores ultimamente não tenho estado muito inspirada a escrever em nosso blogger, por motivos de força maior, porém a ler um texto do Rubem Alves decidi compartilha-lo com vcs para que aqueles que me conhecem entendam minhas ultimas decisões e os que não me conecem aproveitem esta forma de visão que achei coerente e bonita.

Rubem Alves afirma que existem dois tipos de casamento,
*Tipo tênis - casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.
*Tipo frescobol - Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

A explicação para a colocação do autor é a seguinte:

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos... A bola são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

3 pessoas também acharam digno:

VINCENZO GONZAGA disse...

ótimo trocadilho.
forte abraço

Rick disse...

ameeeeeeeeei e eu adoro freescobol. nao sei nem jogar tenis... tenho que levar isso pro meu relacionamento como mais um aprendizado. DIslexica.. amo voce! Brigado por mais um insight!

AIRBORNE disse...

é, meu amor... concordo mesmo com isso... todo mundo deveria aprender a jogar frescobol na vida e levar isso pra sempre, e não só pros relacionamentos afetivos, quanto amizades, trabalho e etc...