8 de agosto de 2008

PAZ INTERIOR

Existem coisas nessa vida que podem nos pegar de surpresa se estivermos despreparados. Por isso vou contar casos reais que aconteceu não só comigo, mas com outros membros desse Blog e que demonstram o quanto nós devemos estar preparados e manter o auto-controle em situações difíceis.

Primeiro caso: CAGAMUquem?

Estamos dirigindo pela estrada. É um dia frio e chuvoso. Três horas e meia de viagem, quando chegamos à cidade de destino. Uma cidadezinha muito bonita e, por ser domingo, muito calma e quase sem ninguém andando pelas ruas. Precisamos achar o lugar de nosso destino final, nós, os quatro guerreiros (ou cavaleiros do apocalipse, como queiram).

Paramos num posto que estava aberto. O frentista muito solícito nos mostra um mapa, e nos explica como chegar ao nosso destino. Então nos localizamos e pegamos a Avenida 9 de Julho. Essa era a rua que nos levaria a um dia de muito suor e cansaço (e para alguns, um dia de robô). No final da avenida, deveríamos virar à esquerda, mas o motorista (esse que vos fala) vira à direita, por engano.

Achando que estávamos pegando o caminho errado, paramos um pedestre para perguntar como chegaríamos ao local desejado. Muito sério e muito solícito (coisas de cidade do interior), ele nos indica que voltemos para a avenida que estávamos e que pegássemos à esquerda (como estávamos com a impressão de que seria). Então, uma vez naquela rua à esquerda, deveríamos pegar a Rua CAGAMUGU (pausa para a perda do auto-controle: L. começa a rir freneticamente, A. vira-se para trás, olhando para C. como se ela a tivesse chamado, L. ri por osmose, afinal ela não estava entendendo).

Tentando recobrar o auto-controle, pois jamais em minha humilde vida eu esperaria pegar a única pessoa com língua presa naquela cidade às 10 horas da manhã de um domingo com chuva. Naquele momento eu juntei todas as minhas forças para fingir um “ok, estamos rindo porque estamos perdidos e provavelmente nos perderemos mais ainda, mas tudo bem, entendi mais ou menos o que você disse”. Não é que ele abraçou a idéia (e eu me achando um gênio por ter conseguido não parecer mal educado de rir na cara dele) e, já acelerando, ouvi um “espera, eu explico de novo” (novamente pausa para o descontrole total, eu agarro a mão de A. e aperto, tentando juntar todas as minhas forças pra me preparar novamente para ouvir o nome da rua).

E novamente. Risos, não estávamos conseguindo nos controlar. Agradecemos a ajuda e saímos (antes que ele caísse pela segunda vez na mentira de “ai, não entendi o caminho, vou me perder” e explicasse de novo). Ele provavelmente achou que havíamos fugido de algum hospício. Espero que o domingo dele tenha sido ótimo, porque o meu foi no mínimo engraçado.


Segundo caso: E continuamos com problemas com nomes de ruas

Sábado à noite. Depois de uma semana cansativa de trabalho, estamos reunidos na casa de uma amiga (?). Conversando animadamente, conhecemos um amigo dela, muito simpático, gente fina. Jantamos. Comida ótima, tivemos até que improvisar um segundo round, afinal esse que vos escreve é muito bom de garfo (praticamente um saco sem fundo) e estávamos nos preparando pra sobremesa que B. iria fazer para nós (com um pote de doce de leite roubado de sua mãe).

Enquanto A. e B. estavam preparando a sobremesa na cozinha, ficamos A., A., B. e eu na sala conversando (perceberam que as letras iniciais dos nomes são muito variáveis). B. e A. estavam conversando, e A. e eu estávamos conversando em paralelo e ouvindo a conversa deles assim por cima. E de repente eu ouço algo como “lá na Sena MADUGUEIGA” (Houston! Houston! We have a problem!! Perdemos o auto-controle mais uma vez!).

Eu praticamente não conseguia acreditar nos meus ouvidos. Como que até aquela hora não havíamos percebido que a criatura tinha língua presa? E aí eu olho pra A. e os dois começam a rir freneticamente e então nós disfarçamos como se estivéssemos conversando só entre nós dois e falando algo engraçado. Lógico que tínhamos que contar para B., que estava na cozinha, pois afinal eu me recusava a ter que perder o auto-controle sozinho com A. Precisávamos de reforços para que pudéssemos tentar fazer algo como “The power of three will set us free” (imitando as Charmed Ones) e evitarmos pagar um mico a cada vez que saísse uma palavra com a “língua do G”.

Passamos a noite inteira rindo praticamente a cada palavra e tentando desesperadamente disfarçar, para que não ficasse chato. Sobrevivemos, depois de muito doce de leite (e eu espero que não tenha que encontrar com essa pessoa tão cedo).


CONCLUSÃO:

Esses dois casos mostram como devemos estar sempre preparados para qualquer situação. Imagina numa conversa a dois, imagina se não estivéssemos em grupo, como é que a coisa ficaria? Como conseguiríamos não rir na cara da pessoa? Onde buscaríamos força para mantermos a calma e fingir como se aquela palavra, aquela única palavra que nos tira a concentração e após ela não conseguimos ouvir mais nada, apenas o seu eco em nossas mentes, praticamente não acreditando em nossos ouvidos?

É nessas horas que eu acho que deveríamos ter uma espada em mãos e então a ergueríamos e gritaríamos “Pela honra de Grayskull, eu sou She-Ra” (afinal a transformação da She-Ra é muito mais luxuosa do que a do He-Man, cheia de fogos de artifício, rodando ao redor dela, um espetáculo pirotécnico). E rezarmos para que o Ventania apareça e nos leve pra bem longe. Rindo.

3 pessoas também acharam digno:

Babi disse...

eu teria achado beemm mais digno se o Airborne e a A nao tivessem contato pra B no segundo caso, poupassem a menina!!!...rsrsrsrs...

Dri disse...

Mas afinal é galego ou ralero e vc está falando errado???? Rrsrsrs... Como vcs puderam perceber a A. sempre está com o L. nessas aventuras...rsrsrsrs

Claris disse...

kkkkkkkkkkkkk fala sério !não dá pra não rir quando alguém fala cagamugu - é preciso muita concentração mesmo... esse dia foi muito legal. agora escutar ralero, e ter que entender galego, também é de forçar a amizade kkkk deve ter sido muito divertido !!!